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Thimbleweed Park

Thimbleweed Park

Da mente de um dos criadores dos melhores jogos de aventura de sempre.

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Thimbleweed Park relembra-nos de uma forma sublime os títulos antigos de Ron Gilbert e da Lucasarts. É uma aventura pixelart, que decorre em 1987, e tem sensação old-school intencional. Foi nesse mesmo ano que foi lançado Maniac Mansion, algo aqui referenciado com a presença com uma casa deserta numa pequena aldeia habitada por pessoas loucas. Nesse aspeto, os fãs de Ron Gilbert e Gary Winnick vão ter exatamente aquilo que esperavam. Algo menos acabar por dar início a uma revolução.

A estória é contada pelo ponto de vista de cinco personagens, entre as quais têm de alternar para resolver puzzles. Numa sequência inicial, por exemplo, veem dois agentes do FBI, Angela Ray e o seu jovem parceiro Reyes, a tirar uma fotografia a um morto numa cena de crime e a receber essa imagem como prova. Eles fazem-nos com uma máquina Polaroid, mas é claro que está sem rolo. Felizmente, um dos agentes tem o rolo na mão enquanto o outro tem a câmara. Após algumas instruções de "apanhar" e "usar", a fotografia é tirada. Os fãs vão ficar surpreendidos ao descobrirem que existem agora vozes, e muito bem interpretadas. Contudo, o texto clássico continua presente, algo que vai, sem dúvida, evitar uma revolta.

O jogo passa de cena em cena a um ritmo lento. Enquanto que a estrutura é familiar, a tecnologia por trás é moderna. A iluminação em tempo real, o paralaxe complexo, o grafismo pixelizado mas muito bem detalhado e a 1080p, e o trabalho de narração tornam isso bastante claro. A composição das cenas em paralaxe é surpreendentemente complexa, visto que é composta por onze camadas que se movem em simultâneo e contêm efeitos de luz subtis. O Ron Gilbert disse-nos que ele tentou tornar Thimbleweed Park intencionalmente reminiscente de uma produção de 1987, mas moderno. Nesse sentido, o jogo usa um estilo visual simplista como camuflagem, mas há muito mais que ocorre nos bastidores.

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Cada sequência contém uma composição que podem explorar, com elementos com que podem interagir, o que por sua vez pode dar origem a vários resultados humorísticos. Risos são praticamente garantidos. O jogo tem dois modos: no modo Casual, muitos dos puzzles são tornados mais fáceis e alguns deles ficam parcialmente resolvidos. Por exemplos, neste modo, não é necessário encontrar o toner para ajudarem a Delores a imprimir o seu curriculum para uma entrevista - podem avançar sem ele. No modo Normal os jogadores têm de apanhar o toner para progredirem. O Ron Gilbert integrou o modo Casual para dar uma experiência agradável a jogadores com menos tempo ou habilidade, sem que percam a oportunidade de participar nos puzzles.

A narrativa gira em torno de um misterioso assassinato e pode ser vivida pela perspetiva de cinco personagens diferentes. O jogo terá diferenças subtis consoante a personagem que estiverem a controlar, mas a estória mantém-se praticamente a mesma. As personagens cruzam-se várias vezes durante o jogo e ajudam-se mutuamente, o que também pode gerar ligeiras diferenças. Por exemplo, a perspetiva de Ransome, um palhaço que está constantemente a praguejar, desenrola-se de forma diferente consoante a personagem escolhida e as decisões tomadas. No início do jogo o narrador promete que não há escolhas erradas ou beco sem-fim, mas temos receio que seja apenas mais uma daquelas piadas...

Thimbleweed Park é uma aventura bonita que relembra os clássicos point-and-click, jogada com um rato, um cursor e uma série de instruções familiares. Por exemplo, os controlos estão bem afinados, permitindo aos jogadores percorrer cada uma das cenas a um bom ritmo. A história sombria, mas satírica, também é um passo em frente. Os fãs podem contar com uma série de referências que os remeterão para a juventude. Existem pósteres de Billy Idol, aparecimentos engraçados de várias pessoas conhecidas, e alienígenas no meio do público durante um espetáculo de circo - exatamente o tipo de humor que se esperaria de um jogo do Ron Gilbert. A lista telefónica permite-vos ouvir milhares de mensagens que as pessoas que financiaram o jogo deixaram em máquinas de atendimento virtuais, e que estão agora imortalizadas no jogo. A biblioteca também contém trabalho ficcional criado pelos fãs.

Não queremos estragar detalhes ou piadas, já que todos devem explorar o jogo por si mesmos. Thimbleweed Park vai sair em breve para PC, Mac, Linux e Xbox One, e após três meses de exclusividade na consola da Microsoft, vai sair para PlayStation 4. Também está a ser considerada uma versão para a Nintendo Switch (segundo o que o Gilbert nos disse, estão em conversas com a Nintendo e vão fazer a adaptação assim que possível). As versões para Android e iOS também devem ser submetidas no decorrer do ano, o que significa que os fãs de jogos de aventura vão poder disfrutar deste título independentemente da sua plataforma de eleição.

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