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Sonic Lost World

Sonic - Um ícone renascido

Depois de duas décadas cheias de altos e baixos, o ícone da Sega parece estar novamente no caminho certo.

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Foi em 1991 que o mundo ficou a conhecer a personagem icónica da Sega, através de Sonic the Hedgehog, o jogo desenhado para mostrar todas as capacidades da Mega-Drive. A popularidade da consola em Portugal foi tremenda e não existia quem não conhecesse o ouriço azul e a sua velocidade lendária. Mais tarde, no mesmo ano, foram lançadas as versões de 8 bits, para Master System e Game Gear.

Sonic tornou-se rapidamente no ícone da empresa nipónica, substituindo Alex Kidd. Era a resposta da Sega a Super Mario, da Nintendo. a rivalidade cresceu e durante alguns anos, a popularidade de ambos era equiparável. O conceito de Sonic numa consola da Nintendo na altura era um mero sonho utópico. O que nos traz ao novo Sonic Lost World, um exclusivo de Wii U e Nintendo 3DS. As voltas que o mundo dá, não?

Pelo meio, Sonic e a própria Sega atravessaram alguns momentos difíceis. Com os falhanços da Sega Saturn e da Dreamcast, a gigante nipónica foi obrigada a deixar de fabricar consolas e passou a dedicar-se exclusivamente à produção de videojogos. Sonic, por outro lado, andou muito tempo perdido, entre jogos de pobre execução ou conceitos que simplesmente ignoravam as raízes da série. Os últimos anos, contudo, têm sido mais simpáticos para o ouriço mais rápido do mundo, que começa a conseguir afirmar-se novamente no género de plataformas.

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Mas Sonic: The Hedgehog não foi o primeiro jogo a contar com a presença de Sonic. A primeira aparição do ouriço aconteceu no jogo Rad Mobile, um título de condução onde Sonic passava por porta-chaves pendurado no retrovisor. Só depois se deu a verdadeira afirmação de Sonic enquanto personagem.

Sonic foi criado por Naoto Oshima, depois da Sega pedir aos seus empregados que apresentassem ideias para uma nova mascote. A cor azul era perfeita para condizer com o logo da própria companhia e a sua velocidade, além de apresentar vários benefícios de jogabilidade, batia certo com a nova imagem irreverente que pretendiam apresentar. A nível de curiosidade, os ténis vermelhos de Sonic foram inspirados nas botas de Michael Jackson.

O conceito do jogo e da personagem foram depois analisados pela Sega América, que apesar de apreciar a ideia em si, discordou de alguns elementos específicos e pediu a sua alteração. Inicialmente existiu alguma resistência por parte dos criadores japoneses, mas depois aceitaram moldar alguns elementos, que vieram a formar a personagem, o jogo e a história que todos conhecemos.

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A irreverência da personagem tornou-se imediatamente evidente, dos olhos desafiantes, às animações arrojadas. Se largassem os comandos por alguns segundos, por exemplo, Sonic trataria de olhar para o ecrã impaciente, como que aborrecido com o jogador.

A sua velocidade sónica foi também uma forma da Sega tentar mostrar que a Mega-Drive era superior à Super Nintendo, quebrando vários moldes de programação na altura, adotando uma velocidade quase inacreditável para a altura e apresentando um design variado e curvado, enquanto que os outros jogos vivam ainda muito de um design cúbico. Os famosos loopings tornaram-se rapidamente numa das imagens de marca do jogo.

A rapidez de Sonic e do jogo nasceram também da necessidade de desafiar o jogador. Nessa altura não existiam Saves, por isso os jogadores eram obrigados a recomeçar o jogo de início. Conscientes disso mesmo, a Sega desenhou os níveis de forma a que pudessem ser completados com grande rapidez, se o jogador assim o quisesse. Aproveitando a velocidade do Sonic e um conhecimento dos níveis, os jogadores começaram a competir entre si pelos melhores tempos, um conceito que viria a ser expandido na sequela, Sonic the Hedgehog 2.

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No segundo jogo da saga, a Sega introduziu um modo competitivo para dois jogadores, em ecrã dividido, que permitia levar a disputa de velocidade a outro nível. Essencialmente, os níveis apresentavam metas no final e o vencedor era quem conseguisse ultrapassá-la primeiro. O conceito de velocidade e competição, levado a outro nível.

Isto foi possível porque Sonic the Hedgehog 2 apresentou uma nova personagem jogável, Tails. Esta jovem raposa foi adotada por Sonic como uma espécie de irmão mais novo e destacava-se pela capacidade de voar, utilizando as suas caudas gémeas como hélice. Dois jogadores podiam assim ultrapassar toda a campanha cooperativamente e juntos aceder a áreas inacessíveis a um único jogador.

Mas as novidades não se ficaram por aqui. Sonic the Hedgehog 2 introduziu outro elemento que ser viria a tornar vital na série - Super Sonic. Depois de recolher todas as esmeraldas escondidas, Sonic ganhava a capacidade de se transformar em Super Sonic, uma versão invulnerável de si mesmo, com pêlo dourado e espinhos ainda mais espetados. Embora não seja oficial, muitos acreditam que Super Sonic é na verdade inspirado pela forma Super Saiyan de Dragon Ball Z.

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Sonic era um fenómeno e com cada novo jogo tentava introduzir elementos inovadores, desde jogos que se fundiam a sistemas de Saves. Mas um salto de destaque obrigatório aconteceu com Sonic Adventure, para a Dreamcast, que marcou a transição da série para o grafismo a três dimensões. Mas apesar do sucesso do jogo, a Dreamcast tinha os dias contados e a Sega foi obrigada a abandonar a produção de consolas, dedicando-se exclusivamente à produção de software.

Com uma nova mentalidade, a Sega não teve outra opção senão esquecer rivalidades antigas e decidiu lançar Sonic Adventure 2: Battle para a Gamecube, a consola de 128 bits da Nintendo. A transição final aconteceu com Mario and Sonic at the Olympic Games. O impensável acontecia e Mario e Sonic apareciam juntos, no mesmo jogo.

Sonic tem, desde então, aparecido em várias plataformas, incluíndo as consolas de Sony e Microsoft, computadores e até sistemas Android e iOS. Mas a Nintendo parece ser definitivamente a nova casa favorita do ouriço azul, como ficou provado pelo novo Sonic Lost World, um exclusivo para Wii U e Nintendo 3DS.

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Sonic Lost World veio mostrar que a Sega está novamente no bom caminho em relação a Sonic. Ainda existe muito espaço para melhorar, mas Sonic Lost World é um jogo de qualidade e pode oferecer uma experiência entre o género de plataformas que nenhuma outra personagem consegue. Se querem descobrir mais sobre o novo jogo, podem ler a análise do Gamereactor aqui.

Sonic atingiu o auge em tenra idade, mas tal como a Sega, perdeu o rumo ao longo dos anos e chegou a parecer que poderia desaparecer de vez. Felizmente, o ouriço super-sónico ergueu-se e parece agora disposto a compensar o tempo perdido. Super Mario e Rayman são hoje as referências maiores do género de plataformas, mas Sonic vem logo atrás, com uma velocidade super-sónica.

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