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Resident Evil Zero HD Remaster

Resident Evil Zero HD Remaster

Para muitos, esta será a primeira oportunidade de conhecerem as origens da Umbrella e do T-Virus.

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Há um ano a Capcom lançou Resident Evil Remake HD Remaster para a nova geração. Tratou-se de uma remasterização de alta definição de um Remake para Gamecube do Resident Evil original, mas houve outro jogo criado de raiz para essa consola da Nintendo, um jogo que revelou mais pormenores sobre as origens da terrível Umbrella e o infame T-Virus. Esse jogo foi Resident Evil Zero, e agora podem finalmente experienciar essa aventura fora de uma consola da Nintendo.

Resident Evil Zero é uma prequela para toda a série, narrando eventos que se passaram meras horas antes dos acontecimentos relatados em Resident Evil Remake. Além de partilhar alguns elementos interessantes de história, Zero foi também a primeira tentativa da Capcom em introduzir protagonismo duplo na série, uma fórmula que entretanto aperfeiçoou com o passar dos anos, como vimos recentemente em Resident Evil: Revelations 2. Os jogadores vão controlar Rebecca Chambers, uma novata do esquadrão S.T.A.R.S., e Billy Coen, um prisioneiro condenado à morte que escapou durante o ataque de zombies. Apesar desta mecânica de protagonistas duplos, não existe qualquer modo cooperativo.

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O jogo arranca a bordo de um comboio, e ainda vão passar algum tempo nessas carruagens, mas o grosso da aventura decorre noutra localização, um laboratório disfarçado de mansão (para variar). Em termos de mecânicas e conceito, vão encontrar muitas semelhanças entre Zero e o Remake. Graficamente utiliza a mesma técnica, misturando cenários pré-renderizados em 2D com modelos 3D das personagens. Isto significa que é obrigado a utilizar câmaras fixas, o que é um dos maiores problemas do jogo, mas já lá vamos.

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A jogabilidade também é em tudo semelhante à do Remake. Podem movimentar as personagens com os controlos originais estilo "tanque", ou utilizar um novo esquema modernizado. Honestamente, preferimos a configuração original, devido aos ângulos fixos da câmara. Como já referimos, esse é um dos grandes problemas do jogo, muitas vezes impedindo que o jogador veja o que está à sua frente. A situação é particularmente grave durante o segmento no comboio, com espaços muito fechados e ângulos sem qualquer visibilidade.

Resident Evil Zero bebe muita da fórmula do Remake, mas tem os seus próprios elementos diferenciadores. O principal é o facto de empregar o já referido protagonismo duplo entre Rebecca e Billy. O jogador pode alternar entre ambos a qualquer momento, e podem-se fazer-se acompanhar pelo parceiro enquanto é controlado pela inteligência artificial. Não existe um grande reportório de ordens à vossa disposição, mas podem pedir ao vosso companheiro que fique parado ou que vos siga. Também podem definir de que forma pode interagir com os itens no seu inventário. Rebecca e Billy têm também capacidades diferentes. Billy é mais resistente e consegue empurrar objetos demasiado pesados para Rebecca. A jovem novata da S.T.A.R.S. tem outras vantagens, incluindo a capacidade para misturar químicos e plantas.

É uma tradição dos Resident Evil, particularmente dos primeiros, mas a gestão dos inventários nunca foi tão aborrecida como em Resident Evil Zero. Mesmo dividindo itens entre as duas personagens, vão ficar rapidamente sem espaço no inventário e terão de deixar objetos espalhados pelo chão. Desta vez deixaram de existir os báus do Remake, substituídos pela possibilidade de largar itens onde estão, ficando ali até serem apanhados. Alguns jogadores vão apreciar a mudança, outros vão preferir o sistema original dos baús. Nós pertencemos à segunda categoria.

Quanto à remasterização em si, é idêntica à do Remake, ou seja, pouco mais que competente. O jogo foi ajustado ao formato de 16:9, a resolução dos cenários foi melhorada e os modelos das personagens estão mais detalhados. Além dos já referidos controlos originais. A nova versão inclui ainda fatos para as personagens e um bónus especial, na forma de Wesker Mode, um modo que troca Bill pelo grande vilão Wesker. A história permanece intacta, mas Wesker tem muitas habilidades específicas que mudam a jogabilidade.

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Mesmo reconhecendo que o Remake tinha falhas, gostámos de revisitar a história original de Resident Evil, um jogo que ainda é capaz de apresentar um ambiente de suspense e terror estilo série B. O mesmo não é exatamente verdade para Resident Evil Zero HD Remaster. Se o Remake beneficiava de um design estupendo, Zero é muito inferior nesse aspeto. O comboio é um falhanço total na nossa opinião, e o jogo não melhora muito depois disso. A mecânica de jogabilidade dupla também acrescenta pouco, ainda para mais quando as personagens são tão desinteressantes quanto Rebecca e Billy.

Se são grandes fãs de Resident Evil e gostaram do Remake, vão encontrar aqui alguns pontos de interesse. É a primeira vez que Zero é lançado para uma plataforma que não Nintendo, e a história acaba por revelar alguns segredos sobre a origem de toda a saga. Mas € 19.99 é um preço exagerado, sobretudo quando o jogo está tão datado e apresenta um design geral pouco eficaz. Só podemos mesmo recomendá-lo aos maiores fãs de Resident Evil.

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06 Gamereactor Portugal
6 / 10
+
Aprofunda o passado da Umbrella. Tem o sentimento clássico de Resident Evil. Wesker Mode é um bom extra.
-
Controlos e mecânicas datadas.Design inferior ao do Remake. Sistema de dois protagonistas não funciona. Preço exagerado.
overall score
Esta é a média do GR para este jogo. Qual é a tua nota? A média é obtida através de todas as pontuações diferentes (repetidas não contam) da rede Gamereactor

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