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Mafia: Definitive Edition

Mafia: Definitive Edition

Um remake construído de raiz, que pode ser o projeto Mafia mais ambicioso de sempre.

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Parece-nos justo dizer que a série Mafia já conheceu vários altos e baixos desde o lançamento do jogo original, em 2002. A sequela, embora com qualidade, nunca correspondeu às grandes expetativas dos fãs, e Mafia III, apesar de uma boa história e um rol de personagens interessante, simplesmente não era um jogo digno do original. Depois foi anunciada uma coleção da trilogia, que iria apresentar novas versões dos jogos, mas infelizmente voltámos a ser desiludidos. Mafia III era basicamente o mesmo jogo, mas mesmo assim conseguiu apresentar problemas novos nas consolas, e Mafia II ficou-se por uma resmaterização algo desapontante.

Resta Mafia: Definitive Edition, que é onde os fãs depositam mais esperanças. Estamos a falar de um remake completo do original, todo refeito de raiz para as plataformas modernas. As novidades são muitas, mas no núcleo, o objetivo é o mesmo - incorporar uma narrativa adulta acerca da organização criminosa, num mundo aberto realista. O jogo irá novamente contar a história de Tommy Angelo, um rapaz com origens modestas, que eventualmente se torna no braço-direito do mafioso Don Salieri. É uma abordagem muito fria e realista ao mundo da mafia, reforçada pela forma como o jogo apresenta a era em que tudo se passa.

Estamos a falar da cidade fictícia de Lost Heaven, e da década de 1930, o que significa que pode contar com carros muito pesados, imensos casacos e chapéus pretos, e jazz do bom.

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Mas será este remake exatamente igual ao original em termos de abordagem? Pelo que jogámos, não, não inteiramente. Aliás, existem mudanças tão profundas, que neste momento é difícil determinar se este jogo será um êxito ou um falhanço junto dos fãs. As personagens e as sequências de história, por exemplo, foram bastante alteradas, ao ponto de por vezes ter sido difícil reconhecer algumas personagens. Paulie, que era o parceiro do jogador no original, era uma das figuras mais memoráveis, mas aqui parece uma pessoa completamente diferente. O facto de algumas das novas vozes serem significativamente inferiores, foi uma grande desilusão, como é disso exemplo Paulie, que agora soa como uma personagem irritante de um desenho animado. O próprio Tommy, que transmitia ser alguém fora do círculo típico de mafiosos, aqui soa como um criminoso genérico. O facto das faces serem tão diferentes também não ajuda a essa ligação, pelo menos por parte de quem tem uma lembrança forte do original.

Por outro lado, podemos desde já deixar claro que a cidade e a sua atmosfera estão fantásticas. Visualmente está espantosa, com grande variedade em termos de distritos, e com uma vida muito peculiar, sobretudo durante a jogabilidade noturna. Tanto a pé, como nos veículos, explorar Lost Heaven foi sem dúvida um dos pontos altos da nossa sessão com o jogo.

Mafia: Definitive Edition

Explorar a cidade é algo tão especial, não apenas pelo local em si, mas também pela sensação de condução dos veículos, que continua tão pesada como a do original. Os carros não são tão rápidos, e não são tão leves, como provavelmente estará habituado, mas é suposto serem assim mesmo, porque estamos a falar de veículos da década de 1930. Infelizmente a jogabilidade a pé também parece pesada, mais do que deveria ser. Tommy não se controla mal, atenção, mas não há nada na jogabilidade de terceira pessoa digno de registo. As secções de tiroteios e até de ação furtiva pareceram competentes, mas não mais que isso, e gostaríamos de ver alguns afinamentos antes do lançamento.

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A nível gráfico, o remake é maioritariamente positivo, com uma atmosfera fantástica para a cidade, boas animações faciais, e modelos detalhados das personagens principais. Existem, contudo, algumas texturas de má qualidade espalhadas pelo mundo de jogo, e os cidadãos que circulam pela cidade apresentam um nível de detalhe muito abaixo do resto. Os interiores dos edifícios também parecem algo 'despidos', e as chamas estavam estranhamente pixelizadas, mas no geral, é um bom trabalho gráfico - e claro, muito superior ao original de 2002.

Mais preocupante é o estado de instabilidade em que encontrámos o jogo. Bem sabemos que esta versão está inacabada, e que estaria a pelo menos mês e meio do lançamento marcado para 25 de setembro, mas considerando tudo o que vimos em Mafia II e sobretudo Mafia III, não podemos deixar de apresentar alguma preocupação. Além de uma fluidez de jogo terrível, esta versão estava cheia de erros, incluindo alguns graves, que nos obrigaram a recomeçar o jogo. Esperemos que os nossos receios não se confirmem, e que o estúdio consiga melhorar significativamente a estabilidade do jogo até ao lançamento.

É que tanto Mafia III, como as novas versões desse jogo e de Mafia II, teriam beneficiado imenso de mais algum tempo de produção e de optimização, e seria uma pena ver a Hangar 13 cometer o mesmo erro com este remake de Mafia, sobretudo porque mostra ser um projeto muito ambicioso para o estúdio. Há aqui grande potencial, mesmo com as mudanças de que não somos fãs, e seria uma pena ver esse potencial desperdiçado por um lançamento apressado.

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