Halo: Spartan Assault foi lançado para a Xbox One pouco depois do lançamento da própria consola, e afirmou-se como um bom shooter clássico, onde o jogador se movia com um analógico e disparava com o outro. Agora surge a sequela (estranhamente ausente da Xbox One), Spartan Strike, que é um melhoramento em relação ao original, mas que ainda assim falha em aproveitar todo o potencial da fórmula.
A experiência em si foi melhorada em vários campos. Para começar, as irritantes micro-transações do anterior foram completamente retiradas, o que permitiu uma condição de jogo mais limpa e completa. Não é algo que tenha um impacto direto na jogabilidade, mas é bom ver que a produtora soube dar ouvidos às queixas dos jogadores.
A maior novidade desta sequela surge na forma dos Prometheans, os inimigos que se estrearam em Halo 4. A sua inclusão neste aventura acaba por baralhar um pouco a linha temporal dos eventos, já que a história arranca durante o ataque dos Covenant a New Mombasa, como vimos em Halo 2. Ainda assim, tudo é desculpável já que a ação é baseada num cenários de "e se...", num simulador de combate.
Embora seja uma adaptação mais cómoda para a jogabilidade do que para a história, a verdade é que os inimigos oferecem maior variedade à experiência. Com isso, o jogador terá de adaptar as suas táticas às várias formações que vai encontrar durante a aventura. Os Promethen são adversários de respeito, embora os Covenant também surjam ao longo do jogo (os Flood ficaram de fora desta vez).
Com os novos tipos de inimigos, chegam também novas armas. Como é habitual em Halo, podem variar entre armas humanas e alienígenas, embora as diferenças entre os dois tipos não sejam tão evidentes como gostaríamos. De qualquer forma, têm agora mais escolhas e 'soluções' para abordar eventuais problemas. Também ajuda que os controlos sejam ligeiramente superiores aos de Spartan Assault, permitindo apontar com maior precisão.
Existem vários momentos e batalhas interessantes no jogo, mas a narrativa que os liga não tem grande qualidade. Vão variar entre eventos na Terra e no Gamma Halo, onde o primeiro apresenta cidades futuristas e o segundo várias estruturas Forerunner, cobertas por vegetação. A história é no entanto formada por missões de vários tipos e inclui boa variedade. Algumas, num estilo clássico de Halo, envolvem tiroteios a bordo de um Scorpion (tanque) ou de um Warthog, e são segmentos de ação intensa que podem ser completadas em poucos minutos. Ao início podem ser um pouco frustrante, devido a um pico de dificuldade, mas eventualmente vão adaptar-se a este tipo de missões.
Os jogadores são depois classificados pela sua prestação, em categorias de bronze, prata e outro. Existem quatro capítulos (mais um, desbloqueado depois de conseguirem o ouro), e a história principal pode ser completada em quatro horas. Como já acontecia em Spartan Assault, podem mudar as condições do combate ao acionarem caveiras especiais. É uma pena que a produtora não tenha explorado mais este campo, porque é um elemento que permite acrescentar variantes muito interessantes ao jogo. Pelo menos agora tudo é desbloqueado com pontos de experiência, e não com dinheiro, como acontecia no antecessor.
Halo: Spartan Strike tem um grafismo razoável, mas o mesmo já se podia dizer do jogo original. O nível de detalhe é interessante, e consegue transmitir a ideia de pertencermos a um conflito maior do que nós. A perspetiva, como no antecessor, é isométrica e funciona bem na jogabilidade, embora retire naturalmente alguma da qualidade cinemática pelo qual a série principal de Halo é conhecida. Vale a pena referir que jogámos a versão de PC, embora o jogo também esteja disponível para iOS e Windows Phone.
O jogo cumpre, de melhor ou pior maneira, em todas as frentes, excepto numa. A ausência de qualquer opção para multijogador é uma grande omissão, sobretudo num tipo de jogo tão indicado para jogabilidade cooperativa. Não é uma questão de perceber se o conteúdo justifica ou não o preço, porque justifica, mas é um crime deixar o multijogador de fora num jogo destes
O que mais importa é que depois de várias horas em confronto com os Covenant e os Prometheans, o saldo é positivo. Existem algumas sequências intensas, e trata-se de uma adaptação muito inteligente e eficaz da essência de Halo a um formato mais clássico. Apesar de tudo, fica a sensação de que se podia ter feito mais, que falta algo capaz de tornar Halo: Spartan Strike num título especial. Assim, é meramente um bom jogo.