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Godzilla

Godzilla

Um jogo tão atabalhoado e lento como os atores que interpretam o papel original de Godzilla em fatos de borracha.

Godzilla é um dos ícones japoneses mais conhecidos no mundo, com uma 'carreira' preenchida entre vários meios de entretenimento. Em 1954 foi lançado o primeiro filme, uma resposta às destruições nucleares de Hiroshima e Nagasaki durante a Segunda Guerra Mundial. 'Gojira', como foi chamado quando o primeiro filme chegou ao ocidente, era um símbolo que traduzia para o grande ecrã a ameaça das bombas nucleares, recriada na forma de um lagarto gigante que podia reduzir cidades inteiras a pó.

Ao longo dos anos Godzilla atravessou várias transformações, até se tornar em algo como um herói para os japoneses - e até para o mundo inteiro. As versões mais recentes desta história são agraciadas com avançadas técnicas de CGI, mas os fãs mais antigos defendem que "suitmotion" - atores dentro de fatos de borracha - ainda é a melhor forma de representar Godzilla. É por isso curioso que este novo jogo apresente um misto entre as duas eras. Enquanto tudo é criado de forma digital para o jogo, obviamente, o comportamento das personagens parece-se bastante com os movimentos atabalhoados dos atores enfiados em fatos de borracha. É um efeito quase cómico, enquanto Godzilla enfrenta vários monstros e criaturas robóticas. É o tipo de experiência estilo filme de classe B, e que poderá agradar a um tipo de público muito específico. Muito mesmo.

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O esquema de controlo é bastante atípico, praticamente recriando Godzilla como se fosse um tanque. Para virarem a direção da criatura não vão usar o analógico, mas antes os botões L1 e R1, por exemplo. Para destruir os seus oponentes, Godzilla pode usar um ataque triplo com um poderoso rodopio da cauda, ou focar o seu bafo nuclear como se fosse um devastador raio-laser. Embora necessite de alguns segundos para ser recarregado, este ataque é extremamente poderoso, sendo capaz de derrubar aviões e helicópteros com facilidade. Apesar da eficácia deste ataque, a nossa habilidade favorita de Godzilla é a sua investida em frente, pelo simples facto de ajudar a acelerar a sua deslocação.

Godzilla é um jogo com um ritmo muito lento e aborrecido, mas isso implica que existe uma vantagem importante - como tudo se passa devagar, isso ajuda a aumentar a longevidade da campanha, que de outra forma poderia ser terminada em poucos minutos. Cada nível é uma área limitada e de comprimento reduzido. Existem alguns objetivos secundários para cumprir, como destruir 10 tanques ou quatro bases inimigas. O grau de destruição apresentado pelas estruturas é um dos pontos mais interessantes do jogo e ajuda a manter algum factor de divertimento.

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Ocasionalmente surge um monstro opositor, mas sempre com um leque de movimentos muito limitado e previsível, ajudando pouco na variedade da experiência. Estes aborrecido encontros com os bosses são uma de muitas demonstrações do quão básico é este jogo de Godzilla. Nem sequer existe a opção para bloquear ou evitar ataques inimigos, impedindo qualquer tipo de abordagem tática. Tudo se resume a atacar mais vezes e mais rápido que o oponente. Apenas têm de estar atentos ao medidor para a rajada nuclear. Quando o inimigo é derrubado, basta destruir tudo à volta, já que a destruição total é um dos requisitos para assistirem ao "verdadeiro final".

Para conseguirem isso terão provavelmente de repetir a campanha algumas vezes, o que não é de estranhar, já que podem acabar este modo - mesmo cumprindo os objetivos secundários - numa hora. Também podem evoluir o próprio Godzilla, consumido as partes deixadas pelos inimigos. Em alternativa também podem controlar esses monstros que enfrentaram num modo de jogo alternativo, onde a única diferença é que terão de derrotar Godzilla como o defensor dessas aldeias. Outro modo coloca três jogadores em confronto através da opção online. Não é muito divertido, mas a adição de multijogador local teria sido um bónus bem vindo.

Godzilla

O mais frustrante é que o potencial de um jogo com estas bases é visível no diretório de monstros. Aqui podem ficar a conhecer todas as criaturas ao pormenor, e até podem visionar imagens e informações sobre vários projetos de Godzilla. Outra ideia engraçada é o modo Diorama, onde podem posicionar e fotografar monstros em diversas paisagens. Estes pormenores indicam que Godzilla foi concebido a pensar nos fãs da licença, mas falha de forma clamorosa enquanto videojogo.

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No passado existiram vários jogos de monstros divertidos, como Rampage, King of Monsters ou até o próprio Godzilla: Destroy All Monsters, mas se voltarmos a olhar para esses títulos, torna-se evidente que é um género que não envelheceu bem. Ainda assim, são jogos que serão recordados com saudade por alguns jogadores. O mesmo não pode ser dito desta versão de Godzilla.

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GodzillaGodzillaGodzilla
03 Gamereactor Portugal
3 / 10
+
Várias variações de Godzilla e outras personagens. Muitas informações de fundo sobre a personagem.
-
Jogabilidade lenta e repetitiva. Tecnicamente muito fraco. Não inclui multijogaor local.
overall score
Esta é a média do GR para este jogo. Qual é a tua nota? A média é obtida através de todas as pontuações diferentes (repetidas não contam) da rede Gamereactor

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ANÁLISE. Escrito por Christian Gaca

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