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Dead Rising 3

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A Xbox One estará disponível em alguns países já a partir de sexta-feira e Dead Rising 3 é um dos grandes exclusivos para a consola.

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Primeiro que tudo, é preciso esclarecer que nunca fomos grandes fãs de Dead Rising. Claro que era sempre divertido brincar com todas as hipóteses que os dois jogos anteriores ofereciam e atropelar Zombies com carrinhos de super-mercado, mas odiávamos a estrutura do jogo, sobretudo a forma como abordava os Save Games. E depois existiam aquelas batalhas enfurecedoras com Bosses.

Foi por isso com desconfiança que colocámos o disco de Dead Rising 3 na nossa Xbox One. E a princípio, pensámos que os nossos receios iam confirmar-se, mas depois de duas horas de jogo começamos a mudar de opinião. Agora podemos afirmar que este é nosso Dead Rising favorito.

Esqueçam a estética lúdica e vibrante do passado. Esqueçam a abordagem idiota com que abordava as situações. Dead Rising 3 é uma versão mais sombria e atmosférica da fórmula, mas não se enganem, ainda é um Dead Rising.

Os jogadores vão novamente controlar um sobrevivente - desta vez é um mecânico chamado Nick Ramos - enquanto percorrem um mundo cheio de zombies. Vão tentar descobrir o que causou este novo surto de mortos-vivos, enquanto lutam contra o relógio, procurando outros sobreviventes em apuros e tentam utilizar o ambiente e os acessórios de formas criativas.

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Na nossa opinião, as mudanças na estrutura, o estilo mais sombrio e as revisões no sistema de Saves são as novidades mais importantes. No modo normal podem guardar o jogo quando quiserem, atualizando o progresso instantaneamente (embora a vossa posição exata não seja guardada - serão recolocados no último Checkpoint). Nunca nos sentimos incomodados com o novo sistema de Saves e como tal, a nossa experiência com o jogo melhorou significativamente.

As batalhas com os Bosses também foram melhoradas e são uma experiência ligeiramente mais acessível. Como nos jogos anteriores, estas batalhas concentram-se em loucos que estão a tentar utilizar o apocalipse para ganhos pessoais, embora desta vez a maioria seja opcional e não uma exigência da história principal. Mesmo nos combates obrigatórios, apenas tivemos de recomeçar umas quantas vezes, mas sem nunca se tornar numa experiência frustrante. Se tentarem uma das batalhas cedo demais, vão arrepender-se, mas depois de dominarem as mecânicas de jogo, nada é demasiado difícil. A vitória está sempre ao alcance. Existe um equilíbrio apreciável entre desafio e acessibilidade.

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Mas apesar da nova abordagem mais macabra e sombria, Dead Rising 3 ainda tem muitos momentos a roçar o ridículo. Nós apreciámos a nova atmosfera, mas por vezes entra em conflito com a extravagância que alguns elementos permitem. O jogo foi claramente construído para atrair dois mercados diferentes; os que apreciaram o humor dos anteriores e os que procuram uma experiência um pouco mais séria. Na maioria do tempo podem jogar com a abordagem que preferem sem problemas, mas existem situações onde os dois mundos se misturam e aqui o jogo perde a sua identidade.

Esta dualidade turva torna-se sobretudo mais evidente através das armas e dos veículos que podem utilizar. Dead Rising 3 decorre agora numa cidade (embora pequena), dividida em quatro áreas ligadas por auto-estradas. Não existem ecrãs de carregamento enquanto andam de um lado para o outro (embora os Loadings entre mortes chegue quase aos 45 segundos, o que é particularmente chato se encontrarem algum momento mais difícil) e é grande o suficiente que se justifique um veículo para navegarem de um lado para o outro.

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Existem muitos veículos à espera dos jogadores, e os faróis intermitentes indicam quais estão em melhor estado. Quando descobrirem planos escondidos pelo mundo e evoluírem as vossas habilidades, podem construir os vossos próprios veículos (estacionado dois veículos normais lado-a-lado e pressionando no A). A maior parte é mais robusta que os veículos normais e incluem armas ou características que tornam o atropelo dos zombies numa experiência hilariante.

As armas funcionam de forma semelhante e podem ser misturadas com resultados devastadores. Algumas combinações não fazem sentido nenhum, e o seu aspeto nada tem a ver com os aparelhos que foram utilizados para a combinação (o mesmo aplica-se aos veículos), mas é mesmo assim que Dead Rising funciona. Pela maior parte é um sistema divertido, que incentiva a exploração do cenário, à procura de planos e ferramentas. Ao contrário de Dead Rising 2, onde estavam limitados à criação de armas numa estação própria para isso, agora podem fazer estas combinações onde quiserem.

Ao avançarem pela aventura, Nick torna-se mais capaz. Cada nível ganho disponibiliza pontos de atributos, que podem gastar na evolução de várias características, como saúde, espaço de inventário, ataques físicos e outros semelhantes. Existe um grau de flexibilidade apreciável, que permite focar a experiência numa especialidade. Quanto terminarem a aventura podem recomeçá-la com os pontos que ganharam na aventura anterior.

A história em si divide-se por nove capítulos. No modo normal têm sete dias ao vosso dispor - que é tempo suficiente para fazerem tudo. Mais uma vez os militares pretendem destruir toda a área, de forma a eliminarem a nova epidemia de zombies.

Para os que pretendem uma experiência mais próxima do Dead Rising original, existe o modo Nightmare. Aqui o tempo ao vosso dispor é reduzido, por isso dificilmente vão conseguir salvar todos os sobreviventes. A força e a resistência dos zombies também é consideravelmente maior (embora se decidirem jogar com as habilidades que ganharam numa sessão anterior possam equilibrar a dificuldade). É essencialmente a fórmula antiga aplicada ao novo jogo. Vão perder algum conteúdo e os sobreviventes vão morrer se não forem salvos a tempo. Se é assim que preferem Dead Rising, pelo menos existe essa opção.

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Pelo caminho vão conhecer várias personagens, cada uma com várias tarefas para Nick cumprir, normalmente associadas à recolha de algo. A narrativa em si, como é normal entre o género zombie, não é nada de extraordinário, mas é divertida quanto baste. Existem alguns momentos genuinamente divertidos, muita intriga e Nick é uma personagem agradável. Existem várias reviravoltas e o último capítulo é particularmente bom, com múltiplos finais, dependendo das decisões que tomam.

Infelizmente não conseguimos testar a função associada ao SmartGlass ou o multijogador cooperativo, mas experimentamos o Kinect. Podem gritar para os mortos-vivos através do microfone, atraindo a sua atenção para o ecrã e não para Nick. Se um zombie agarrar o protagonista, podem abanar o comando para soltá-lo (caso o Kinect esteja desligado basta pressionar num botão). Mais preocupante, quando o Kinect estava ligado, o jogo saía de pausa inexplicavelmente, causando algumas mortes quando estávamos afastados da consola. Isto nunca aconteceu com o Kinect desligado.

Apesar dos muitos elementos positivos, existem alguns problemas significativos com o jogo. Considerando que Dead Rising 3 é um jogo de nova geração, muita atenção está obviamente focada no elemento técnico e visual do jogo e infelizmente, Dead Rising 3 não brilha em nenhum destes elementos. Existem várias imperfeições visuais que vão descobrir enquanto percorrem a cidade fictícia de Los Perdidos. Texturas que demoram a carregar, cenário que surge repentinamente ao longe e pequenas falhas recorrentes, como objetos a flutuar no ar. Também se tem falado muito da fluidez inconstante do jogo, mas sinceramente, este aspeto nunca nos pareceu muito grave. De qualquer forma, é evidente que o jogo precisava de mais tempo para ser polido devidamente.

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Apesar das falhas, Dead Rising 3 é divertido. O mapa é grande o suficiente para manter a aventura variada (embora não seja comparável com um Far Cry 3 ou GTA V) e existe muito para fazer no jogo. Se procuram uma experiência em linha com o que foi feito no passado, vão encontrar atrativos suficientes, mesmo com o novo tom sombrio. E mesmo que não apreciem as mudanças, existe sempre o modo Nightmare. Se por outro lado não gostaram dos anteriores, mas até apreciam o conceito de um apocalipse zombie, o novo tom, a mudança estrutural e a passagem para um mundo-aberto podem finalmente convencer-vos. Não é o melhor exemplo do que esperamos da nova geração, mas existem bons motivos para visitar Los perdidos.

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08 Gamereactor Portugal
8 / 10
+
Mudança para mundo aberto. Combinações de armas, veículos e comida. Muitos zombies para matar.
-
Limitações técnicas. Perdeu alguma da identidade da série.
overall score
Esta é a média do GR para este jogo. Qual é a tua nota? A média é obtida através de todas as pontuações diferentes (repetidas não contam) da rede Gamereactor

Análises de leitores

  • Sergio Pais
    bom jogo e adorei que entra o pai e a filha do dead rising 2.....eu gostei do jogo e até do dead rising 4 e seja o que as pessoas tenham de informar... 8/10

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