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The Legend of Zelda: A Link Between Worlds

The Legend of Zelda: A Link Between Worlds

A Nintendo 3DS é o palco de uma sequela que faz jus a uma das aventuras mais marcantes da série.

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É difícil não admirar a disponibilidade da Nintendo para introduzir elementos novos nas suas marcas mais conhecidas. Enviaram o Mario para o espaço com a série Galaxy, Samus mudou radicalmente de perspetiva com Metroid Prime e até Link já se aventurou pelos carris dos comboios em The Legend of Zelda: Spirit Tracks.

The Legend of Zelda: A Link Between Worlds também tem a sua dose generosa de novidades, apesar do jogo ser acima de tudo um tributo e uma sequela a um dos capítulos mais adorados da série, The Legend of Zelda: A Link to the Past. Mas apesar de partilhar o mesmo universo com esse clássico de Super Nintendo, as versões das personagens de A Link Between Worlds são diferentes das de A Link to the Past.

Quando entrarem pela primeira vez no mundo encantador de Zelda, vão perceber que a série continua sem medos de usar cores vivas, formas redondas e personalidades simples, mas acolhedoras. É difícil resistir ao seu charme, o que é uma sorte, já que a história pode parecer algo incoerente a espaços, a menos que estejam dispostos a interpretá-la com um certo tipo de espírito juvenil.

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Se num momento ou outro participaram numa das aventuras da série, vão reconhecer alguns elementos comuns a praticamente todas elas: o protagonista Link, a princesa Zelda, o vilão Ganon, a Espada Lendária e claro, a Triforce. Todos voltam a marcar presença nesta aventura, apesar de existirem algumas reviravoltas importantes. Ganon, por exemplo, volta a interpretar o papel que sabe melhor, mas há outro vilão na história que pretende roubar as atenções.

Tudo vai parecer um pouco familiar em Hyrule, mas cedo vão descobrir que algo de errado se passa e em pouco tempo estarão a percorrer a primeira masmorra do jogo. Aqui vão encontrar os tradicionais puzzles para resolver, tesouros para encontrar e inimigos para derrotar. E claro, o "Boss" no final da masmorra.

A estrutura segue a fórmula clássica da série, utilizando os ingredientes do costume, contudo, a Nintendo fez um esforço para tornar a aventura ligeiramente mais solta e também acessível.

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Um dos problemas resolvidos foi a ocasional falta de direção em alguns capítulos anteriores. Graças ao mapa no ecrã inferior da consola, é mais fácil navegar estas masmorras e até podem marcar locais específicos para regressarem mais tarde. O ecrã permite ainda aceder aos itens... que desta vez não pertencem por completo ao jogador, mas a Ravio.

The Legend of Zelda: A Link Between Worlds

Ravio cedo decide abrir loja na casa de Link e apresenta uma novidade na série, ao permitir que o jogador não só compre itens, mas também os alugue. Com isto conseguem ganhar acesso a vários acessórios famosos numa fase relativamente inicial da aventura e sem gastarem muitos Rupees, que continua a ser a moeda do jogo. O aluguer de tudo, desde bombas, arcos e ganchos dura enquanto estiverem vivos. Assim que perderem o último coração de vida e recomeçarem, vão perder todos os objetos alugados.

Este sistema de aluguer é uma transformação considerável para a abordagem normal da série. Por outro lado, o risco em caso de fracasso aumenta consideravelmente, obrigando a visitas regulares à loja de Ravios. Só mais tarde na aventura será possível comprar os acessórios de forma permanente, mas preparem-se para abrir os cordões à bolsa. Em compensação, os objetos comprados podem ser melhorados, ao contrário dos que são alugados.

A introdução de Ravios e sobretudo do aluguer de itens pode tornar-se frustrante para alguns jogadores, mas nós gostámos. Outra novidades que apreciámos foi a bruxa Irene, que pode ser invocada a certo ponto para facilitar as viagens rápidas entre os locais. Podem viajar para qualquer ponto de Save que tenham ativado anteriormente.

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A viagem rápida é essencial para facilitar a exploração do mundo de jogo, sobretudo considerando a variedade de masmorras que vão visitar. E não só são variadas como exibem uma excelência de design aplaudível. A Nintendo conseguiu preencher esta nova aventura com algumas das melhores masmorras da série.

Numa das primeiras masmorras, Link vai ser alvo de um feitiço no seu esforço para salvar a princesa, que o transforma numa pintura estacionária na parede. É um destino cruel, partilhado com outros habitantes de Hyrule, mas existe uma diferença. Graças a um item mágico, Link pode, não só reverter à sua forma normal, como deslocar-se nesta forma em duas dimensões.

Este Link em formato de desenho permite explorar áreas que de outra forma são impossíveis de alcançar e oportunidades não vão faltar para experimentarem esta novidade do jogo. A criatividade empregue em alguns momentos é realmente espantosa. Sejam Rupees, segredos, tesouros... existe sempre algo para encontrar se explorarem todos os cantos e tomarem atenção a locais onde a habilidade pode ser utilizada.

The Legend of Zelda: A Link Between Worlds

Se por outro lado temem que esta aventura portátil possa incluir menos conteúdo que as versões caseiras, podem ficar descansados. Como no antecessor espiritual, A Link to the Past, vão ficar perdidos em Hyrule durante horas a fio. E não só em Hyrule. Existe um mundo paralelo chamado Lorule, que é quase uma versão sombria e destorcida de Hyrule.

Transitar entre os dois mundos é uma experiência tão fascinante hoje como era na altura da Super Nintendo, e embora existam muitas semelhanças entre Hyrule e Lorule, cada mundo inclui as suas próprias personalidades, desafios e segredos. Mais uma vez, a Nintendo reaproveita ideias do passado, através de um design inspirado.

Não importa em que mundo estão, A Link Between Worlds apresenta um aspeto delicioso. Sim, não é se calhar o jogo mais impressionante visualmente que podem encontrar na portátil, mas o estilo é encantador. E mais importante que isso, os efeitos 3D são excelentes, embora não sejam essenciais. É especialmente útil para perceber distâncias entre algumas plataformas.

The Legend of Zelda: A Link Between WorldsThe Legend of Zelda: A Link Between Worlds

Ainda nenhuma produtora conseguiu aproveitar tão bem a Nintendo 3DS como a própria Nintendo e The Legend of Zelda: A Link Between Worlds é mais uma prova disso mesmo. Embora se baseie num jogo antigo da série, foi das experiências mais refrescantes que tivemos com a série em muito tempo. É simplesmente essencial para todos os que têm a portátil da Nintendo.

09 Gamereactor Portugal
9 / 10
+
Experiência nostálgica e polida. Bom ritmo. Puzzles interessantes. Dificuldade equilibrada.
-
O novo sistema de aluguer de itens pode incomodar alguns jogadores.
overall score
Esta é a média do GR para este jogo. Qual é a tua nota? A média é obtida através de todas as pontuações diferentes (repetidas não contam) da rede Gamereactor

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