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Severed

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Os criadores de Guacamelee fizeram-nos voltar a pegar na Vita, para um dos melhores exclusivos da portátil.

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Há já algum tempo que não tínhamos um bom motivo para ligar a PS Vita, o que é pena, porque até gostamos da portátil da Sony. Quem tem apenas a Vita, tem encontrado novos lançamentos com regularidade, mas poucos desses jogos foram desenhados de raiz para a consola. Severed, dos criadores de Guacamelee, é um desses jogos, e até pode vir a ser o grande Canto do Cisne da portáitl da Sony.

A base da experiência pode ser descrita como um dungeon crawler, onde vão percorrer masmorras na primeira pessoa à procura de loot e enfrentar inimigos com controlos táteis. A ação decorre numa espécie de dimensão alternativa, onde a protagonista perdeu o seu braço e procura encontrar o irmão, a mãe e o pai. Pelo caminho vai percorrer masmorras labirínticas, desbastar monstros a torto e a direito, e enfrentar alguns bosses mais complicados. É uma história sobre, não tanto salvar a família como pode parecer, mas antes aceitar o que se perdeu e o que já não pode ser mudado. É uma narrativa profunda, mas contada de forma simples, e deixa muito à interpretação do jogador.

Se conhecem Infinity Blade, é um bom exemplo do que vão encontrar no combate de Severed. Os vários monstros que se vão atravessar no vosso caminho obedecem a padrões de ataque que terão de aprender para responderem eficazmente. Passado algum tempo estes inimigos vão aparecer com várias vantagens específicas, e mais importante ainda, vão surgir de todas as direções. É um dos elementos que melhor distingue Severed, já que terão de alternar a vossa atenção entre os inimigos que vos rodeiam para evitarem ataques fortes pelas costas.

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É um sistema simples, mas brilhante e imersivo. O jogo consegue ir apresentado desafios novos ao jogador com alguma frequência, seja na forma de um monstro inédito, combinações de inimigos, ou alguma característica particularmente complicada (como um monstro imune a magia, por exemplo). É quase como um puzzle, e os combates são problemas que têm de resolver: qual a melhor estratégia para cada inimigo, que ordem de combate devem seguir, e que inimigos devem neutralizar primeiro. Os controlos, felizmente, são precisos, mas não deixam de ser táteis, e isso significa que por vezes podem ser algo frustrantes. O maior problema é que, enquanto deslizam o dedo para atacar de um lado para o outro, correm o risco de desviar o ecrã para um inimigo que não queriam, e isso pode ser irritante.

O jogo acaba por ser muito simpático para o jogador, já que recoloca-o muito próximo de onde morreu quando é abatido. Isso não significa que o jogo é demasiado fácil, pelo contrário, existem aqui alguns desafios muito interessantes, mas parece-nos claramente que a Drinkbox Studios optou por um design de tentativa e erro.

Os jogadores que quiserem desvendar os muitos segredos de Severed terão de estar preparados para revisitar os locais que percorreram anteriormente, à semelhança do que já acontecia em Guacamelee. É o velho design Metroid em prática, permitindo ao jogador aceder a novas áreas de zonas anteriores depois de desbloquear habilidades. E por falar nisso, Severed também inclui um excelente sistema de loot e de progresso da personagem.

Quanto à jogabilidade, utiliza um sistema de combinações de golpes, que vão acumulando pontos numa barra. Quando está cheia, podem ativar uma habilidade que permite cortar membros aos inimigos, incluindo asas, tentáculos, olhos e mãos. E não se trata apenas de um efeito visual, porque vão precisar desses membros para melhorarem as vossas habilidades. O jogo tem um equilíbrio muito satisfatório, em parte porque os inimigos não reaparecem, e tudo foi desenhado para cumprir a sua função. Isso também significa que, quando um combate está a ser particularmente difícil, é porque algo vos está a escapar, e não porque precisam de matar mais inimigos para subirem de nível, como acontece noutros jogos. Convém ainda referir que cortar pedaços de corações aumenta a saúde, enquanto que pedaços do cérebro aumentam a barra de mana para fazer magias.

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Severed não é um jogo muito grande, mas também não é curto. Segundo o nosso ficheiro de save, precisámos de nove horas para terminarmos o jogo. Isto inclui o tempo que perdemos a voltar a áreas anteriores para desbloquear conteúdo. Honestamente, parece-nos uma longevidade a roçar a perfeição para este conceito. O jogo consegue sempre manter-se interessante durante toda a duração, sem nunca parecer que está a forçar jogabilidade no jogador. Como já podem ter reparado, Severed também tem um estilo de arte peculiar, muito linear e colorido. Não é o estilo típico para este tipo de jogo, mas cumpre com o que a Drinkbox Studios já nos tinha mostrado em Guacamelee.

Severed não é o melhor exclusivo da PlayStation Vita, mas é um bom jogo da Drinkbox Studio, e mais do que justifica ir buscar a portátil ao armário.

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08 Gamereactor Portugal
8 / 10
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Excelente conceito. Elementos táticos. Muitos segredos. Design simples, mas profundo.
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Alguns elementos podiam ser mais discretos. Nem todos vão gostar dos controlos táteis.
overall score
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ANÁLISE. Escrito por Bengt Lemne

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