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Xenoblade Chronicles X

Xenoblade Chronicles X

Mais uma pedra preciosa para a coroa da Wii U.

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A Monolith Soft já deu provas de que compreende o presente dos RPG japoneses como poucas produtoras, e com Xenoblade Chronicles X, voltaram a evoluir o género em novas direções. No passado conseguiram tirar tudo o que era possível da Wii com Xenoblade Chronicles, e agora com a sequela, voltaram a repetir o feito na Wii U. Nenhum jogo, com a exceção de talvez The Legend of Zelda, tem o potencial de apresentar tamanha qualidade técnica na consola da Nintendo, mas mais importante ainda, é o facto de oferecer uma experiência sem paralelo - seja na Wii U ou em qualquer outra plataforma.

Em Xenoblade Chronicles X, o planeta Terra explodiu, mas só depois de algumas naves terem conseguido escapar. Agora, no meio do planeta Mira, vão acordar de um sono induzido como parte da equipa BLADE, que tem como função restaurar a segurança e capacidade da cidade de New Los Angeles. A personagem, como o jogador, é completamente novo para tudo isto (convenientemente sofre de amnésia), e juntos terão de aprender como Xenoblade funciona, quer ao nível de história e de jogabilidade. Não esperem um grande esforço por parte do jogo para vos instruir em todas as mecânicas. Serão literalmente atirados às bestas com pouca preparação, e é provável que tenham de visitar o manual digital em várias ocasiões.

Depois de criarem a vossa personagem logo ao início da aventura, vão acordar da vossa cápsula durante uma noite chuvosa. Acompanhados por uma das personagens centrais, vão dar os primeiros passos num mundo com uma fauna muito peculiar. Em pouco tempo terão um pequeno vislumbre do tamanho de Primordia, o continente onde está New Los Angeles. São vastos pedaços de terreno que se estendem com um alcance de visão impressionante, povoados por vários monstros. É um momento de tirar o fôlego, mas é só a ponta do icebergue.

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Xenoblade Chronicles X é ainda mais profundo que o seu antecessor, expandindo vários sistemas, incluindo o de combate. Imaginem um misto de ações associadas aos combates por turnos, mas a correr em tempo real, e com uma importância acrescida para o posicionamento do jogador. Terão à vossa disposição 16 classes diferentes, além da inclusão dos Skells, robôs gigantes que permitem voar pelo cenário e enfrentar inimigos de grande poderio. De 'tanques' que absorvem todo o dano, a especialistas e classes de suporte, existe de tudo um pouco para se especializarem.

Também existem muitas tarefas para cumprirem, com diferentes camadas de complexidade. Vão apanhar as tradicionais missões para colecionar um determinado número de itens, ou instruções para matar monstros específicos, tudo alojado num quadro de tarefas. Contudo, se quiserem algo um pouco mais profundo e complexo, terão de comunicar com as personagens que circulam pela cidade. Além de serem mais desafiantes, estas missões também podem oferecer novas armas e ataques como recompensa.

Depois existem as missões principais, que requerem o cumprimento de alguns requisitos antes de ficarem disponíveis. Terão de cumprir objetivos como explorar uma determinada percentagem do mapa, ou completar X número de missões secundárias, antes de cumprirem estes segmentos ligados à história. Convém realçar que a narrativa arranca de forma mais lenta do que aconteceu no jogo anterior, e só começa a ficar realmente interessante depois de uma série de eventos relacionados com alienígenas. Considerando o universo criado para o jogo e a estrutura em mundo aberto, pode considerar-se uma história muito rica e até credível.

O grau de profundidade de Xenoblade Chronicles X é impressionante, e por vezes parece quase inacreditável. Um exemplo disso são as lojas que vão visitar em New Los Angeles. Como é natural, podem comprar armas e armaduras, como em tantos outros jogos, mas aqui também podem investir nas fabricantes individuais de armas e armaduras, dependendo do tipo de equipamento que preferem. Se mesmo assim não gostarem do que pode ser comprado, podem criar o vosso próprio equipamento, desde que encontrem as fórmulas para isso. Isto significa que podem usar quase tudo o que encontram no mundo, seja para vender, ou como materiais para criarem armas e armaduras.

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Aplica-se o mesmo para os fantásticos Skells, que só vão conseguir pilotar depois de muitas horas de jogo. Existem três tipos: ligeiro, médio, e pesado, mas cada formato destes robôs gigantes é perfeito para enfrentar os perigos deste mundo. Existem várias opções para cada género, mas podem construir o vosso Skell de raiz, o que é fantástico. Pintámos e criámos o nosso como uma homenagem a Samus Aran, a protagonista de Metroid. Equipámos duas armas primárias e seis acessórios, cada um com uma habilidade, além da armadura.

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O sistema de combate é um dos pilares de toda a experiência de Xenoblade Chronicles X. Explorar Mira e derrotar todo o tipo de monstros e criaturas, é o que forma o grosso da aventura. Se enfrentarem um inimigo de nível igual ou inferior pela frente, significa que terão de perder tempo desnecessário em combate. Isso ou até podem encontrar um final menos positivo. Cada oponente tem um ou dois pontos fracos, e se conseguirem atacar essas áreas específicas, vão danificá-los gravemente e até impedir alguns ataques perigosos. O nosso conselho: antes de atacarem um monstro, procurem o ponto fraco do inimigo e ataquem primeiro. Em Chronicles X podem alternar entre ataques de curto ou longo alcance em tempo real. O primeiro é mais lento e mais poderoso, perfeito para atacar inimigos nas proximidades. Os disparos são mais adequados a criaturas velozes, ou que estão em locais difíceis de atingir - como o ar.

A verdadeira estrela de Xenoblade Chronicles X é o planeta de Mira, que será um dos maiores mundos de jogo que já vimos. Mais do que isso, apreciamos a consistência e a coerência do seu design, e é bom ver que não existem barreiras invisíveis que quebrem a imersão. Se conseguem ver um ponto no mapa (e a profundidade é impressionante), conseguem lá chegar, seja a correr, a nadar, ou a voar (algo que desbloqueiam mais tarde com os Skell). Claro que nestas alturas surgem sempre comparações, e há quem diga que o mapa de Xenoblade Chronicles X é três vezes maior que o de The Witcher 3. Não sabemos se é verdade, mas que é enorme, é.

O planeta de Mira está dividido em cinco continentes, cada um com diferentes condições climatéricas, fauna e flora. Primordia é o primeiro continente, uma planície relativamente calma com muitos animais herbívoros e apenas alguns carnívoros. Os outros continentes serão muito diferentes, como o deserto de Oblivia, que irá lembrar algo como Tatooine, se gostam de Star Wars. Até existem tempestades de areia e de eletricidade com efeitos na jogabilidade, e que por vezes obrigam a procurar abrigo em grutas.

O jogo é particularmente impressionante pela forma como a Monolith Soft. aproveitou o Hardware da Wii U. É uma verdadeira amostra de mestria tecnológica, que terá certamente muito truques debaixo da manga para oferecer aquele nível de detalhe e escala, quase sempre estável nos 30 frames por segundo. Também é preciso realçar o esforço para manter a experiência livre de problemas técnicos, o que é raro e difícil de conseguir num jogo desta escala. Claro que existe um preço a pagar. Por vezes vão verificar o aparecimento repentino de algo no cenário, ou de algum inimigo, sobretudo quando estiverem a viajar a grande velocidade. Os modelos das personagens também não são os mais detalhados que já vimos, mas como o jogo utiliza um estilo de animação japonesa, é algo que passa muito despercebido.

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Existem duas formas de abordar Xenoblade Chronicles X. Primeiro, existem todos os jogadores que não estão familiarizados com o trabalho da Monolith Soft. e de Tetsuya Takahashi, que provavelmente ficarão impressionados com o que vão ver e experienciar. Depois existem os veteranos de Xenoblade Chronicles, que provavelmente esperam uma sequela direta. Esses podem ficar ligeiramente dececionados com o grau de importância que a história perdeu perante a experiência geral. Embora mantenha uma qualidade muito razoável, não tem o impacto do que vimos no jogo anterior. O mesmo pode ser dito da banda sonora, que embora encaixe bem no mundo de jogo, não tem o mesmo charme e toque memorável que os anteriores.

O modo multijogador é uma das formas que podem usar para expandir a experiência. Podem juntar-se a esquadrões de todo o mundo ou formar equipas com amigos. Cada jogador participa no seu próprio jogo, partilhando objetivos, e só depois de serem bem sucedidos, podem participar em eventos para até quatro jogadores. Também gostámos da ideia de encontrármos os avatares de outros jogadores espalhados pelo mundo, que até podem ser contratados como companheiros controlados pela inteligência artificial.

Não existem jogos perfeitos, e a nota que atribuímos a este jogo não pretende indicar isso. É sim, o sinal mais elevado de recomendação que podemos fazer a um jogo, porque Xenoblade Chronicles x é uma obra mestra em vários sentidos. Existe tanto para fazer em Mira e tantas aventuras para descobrir, a solo ou online, que vão ficar mergulhados neste mundo durante horas a fio. E depois existem os vários elementos personalizáveis, de onde se destacam os fantásticos Skells. Existem tantas e boas distrações, que por vezes é fácil esquecer que o nosso verdadeiro objetivo é salvar o que resta da humanidade.

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10 Gamereactor Portugal
10 / 10
+
Tecnicamente é o jogo mais impressionante da Wii U. Experiência extremamente sólida. Enorme mundo aberto, com muitas possibilidades e grande atenção ao detalhe.
-
História perde-se um pouco com a estrutura em mundo aberto, sobretudo comparando com o antecessor. Existem alguns compromissos visuais dada a escala do mundo.
overall score
Esta é a média do GR para este jogo. Qual é a tua nota? A média é obtida através de todas as pontuações diferentes (repetidas não contam) da rede Gamereactor

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