AMD Radeon Pro VII - a resposta arrojada da AMD à Nvidia

A AMD convidou o Gamereactor para uma conferência de imprensa online que supostamente seria especial, e não desiludiu. Tratou-se da revelação de uma portentosa nova placa gráfica que, embora não seja diretamente orientada para gaming, pode mexer imenso com o negócio das placas gráficas.

A placa em questão é a nova Radeon VII, que cumpre todos os requisitos necessários: é rápida, tem uma capacidade enorme, e acima de tudo, é muito mais barata com o equivalente da Nvidia. Isto é relevante porque esse sector de mercado, de placas gráficas viradas para grandes produções e computação de alto desempenho tem sido dominado pela Nvidia, e monopólio nunca é bom.

Este tipo de placas da Nvidia chegam a rondar os 9 mil dólares, o que pode parecer absurdo para um jogador, mas tem sido típico para algo como a Nvidia Quadro GV100, indicada para grandes empresas. Quanto custa então esta Radeon VII? O preço alvo neste momento é de 1900 doláres, e embora a capacidade de uma placa singular não seja equivalente, é possível unir duas por 3798 dólares e garantir um desempenho superior ao da Quadro GV100... por menos 5200 dólares.

Isto coloca a AMD em rota direta para o "trono" em termos de computação de precisão dupla, permitindo simulações mais complexas, validações de design, e o uso de tipos de dados de 64 bits. Estamos a falar de trabalhos avançados que requerem placas gráficas muito superiores à tipa placa gaming, e são usadas para calcular o tipo de calor que um avião consegue aguentar, desenhar carros, e simular o funcionamento de máquinas, sem ser necessário realmente construir tudo isso. É um mercado enorme, que requer Computação Assistida de Engenheiria capaz de calcular quantidades incríveis de dados, e isso não costuma ser barato. Projeções indicam que esse mercado irá render pelo menos 19 mil milhões de dólares em cinco anos.

Ora, comparando duas Radeon VII a uma Quadro CP100, que custa 7769 dólares, ganha-se mais velocidade, já que suporta PCIe de quarta geração e tem seis outputs com IFL ativa, contra os ports 4/4+1DVI-D DL. Em termos de poder de computação, a dupla de placas AMD garante uns massivos 13.1 TFLOPs, o que mais do que duplica o poder disponível numa GP100. Até a GV100 fica bastante aquém, com apenas 7.4TFLOP. Isto além de usar memória mais rápida que a GDDR6 da Nvidia.

Ao contrário de outras placas, a Radeon VII também inclui correção de erro e permanece abaixo dos 73 graus, enquanto que uma Quadro RTX 5000 ultrapassa os 80 graus.

Isto é tudo muito interessante, mas o que traz de realmente relevante para os jogadores? Bem, esta placa da AMD também vai ser usada para a produção de conteúdo a 8K. Estamos a falar de 33.277.600 pixeis no ecrã, que no futuro será o novo padrão. A AMD não falou especificamente de gaming, mas este poder será certamente adaptado para placas gaming, que neste momento raramente conseguem chegar a 4K e 60 frames por segundo com todas as capacidades gráficas de topo. Se em cima disso colocarmos ray-tracing, é ainda mais difícil obter esse alvo.

Vários rumores sugerem que, no seguimento do desenvolvimento destas Radeon VII, a AMD pode estar a criar placas gaming capazes de rivalizarem ou até ultrapassarem as placas RTX da Nvidia. Uma RTX 2080 Super, por exemplo, custa mais de 800 ou até 900 euros em Portugal, mas esta grande pressão da AMD pode forçar a Nvidia a rever os preços para se manter competitiva.

Ou seja, embora as Radeon VII não estejam ligadas a gaming, o seu desenvolvimento pode impactar bastante o mercado de placa gráficas gaming a médio prazo.